22.11.10

APAC - 21-11-10

Todos já deveriam saber mas, sempre é bom lembrar... Arte custa dinheiro. Não, o lance não é grana. Não só grana... Dizem, digo, eu to dizendo, que personalidade é mais importante que dinheiro.

A APAC se supera e chega ao décimo primeiro sarau. Se supera, pois sabemos, todos aconteceram com privações... Ainda apresentam suas deficiências... Mas e daí? Todos se superaram, sem demagogia, ou frases feitas e blá blá blá, o pessoal se puxa mesmo e a coisa acontece.

O sarau foi muito bom, quem dispensou seu precioso tempo para apreciar as pinturas da Têre Finger Fiorio e as fotos de Larrisa Verdi e da Nina Fioreze, ganhou mais do que gastou para vê-las... Sem dúvida.

Diz aí quando foi a última vez que você assistiu uma dança em que as próprias dançarinas faziam os sons, sem música alguma. Não, nada de vanguarda é verdade, mas a pergunta segue.

Na seqüência WilliaM e Nina com seu acústico ‘improvisado’. As aspas são por que ela disse isso. Ah, quero chamar a atenção para quando você contemplar o próximo show acústico, observe se os músicos usam a famosa ‘pastinha’... Isso desconta alguns pontos, não quer dizer que o show não possa ser bom, mas os ‘sem pastinha’ merecem maior valor, né?! E mais, WilliaM manda bem na voz e no violão, gostei. Dito isso me autorizo a ir além... Toca bem, tanto quanto outros tantos que temos por aí, porém a afinação vocal e timbre da Marina é algo acima da média.

As bolsas de Dona Diála, que me impressionaram em fotos, ao vivo são sensacionais, no melhor sentido que a palavra oferece. Demais mesmo, artesanato de alto gabarito, alto padrão... Feito aqui, na província... Por uma nativa, saca?!

E pra encerrar Graforréia Xilarmônica. Uma lenda, nada além disso para destacar... Né?! Que guitarrista toca como Carlo Pianta? Não me faço de rogado, mas fui mal interpretado... No segundo biz, do belo show, ele disse que não poderia tocar ‘meus dois amigos’ pois era difícil e ele iria tocar mal. Gritei que ele tocaria ‘igual a todas as outras’ e ele disse; ‘eu ouvi que toco mal todas, temos um músico na platéia, vamos cagar ele a pau depois’ e sorriu. Merda! O que eu queria dizer... Era que ninguém toca como ele, mando a modéstia passear e digo que já ouvi muita coisa, mesmo, mas ninguém toca como ele. E Graforréia é, musicalmente falando, única.

O Jardim Maderos favoreceu, e muito, a realização. Sua estrutura e visíveis qualidades, proporcionaram isso e merece destaque. E é uma empresa, que sabe que é possível valorizar a arte, a cultura, sem deixar de lado suas convicções e objetivos.

Enfim, que bom que a APAC existe. Algo está acontecendo e felizes os que tem sensibilidade para primeiro perceber e depois aproveitar...